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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Que É a Nova Ordem Mundial?


A essência da Nova Ordem Mundial (NOM) ou sistema de gestão internacional, é o gerenciamento por engenheiros sociais, em vez de um governo baseado numa Constituição escrita. Como você é afetado por esse sistema administrativo depende do que esses engenheiros sociais decidirem que o sistema deva fazer ou requerer de você. Os engenheiros sociais e os gestores de sistemas consideram-se cientistas que aplicam o método científico de controle comportamental de grupo. O seu comportamento e seus relacionamentos são considerados como objeto de investigação e de controle por aqueles que chamam a si mesmos de cientistas sociais. Você está entre suas cobaias de laboratório, e não tem nenhuma autoridade de decisão e, muitas vezes, nenhum conhecimento dos experimentos que envolvem a sua pessoa. Se a Nova Ordem Mundial for totalmente implementada, a independência, individualidade e liberdade que você ainda tem hoje irão desaparecer.

Não há nada de novo na idéia de gerenciar os outros, ou até mesmo de controlar o mundo. Essa tem sido a meta dos filósofos sociais há milhares de anos. No entanto, não precisamos voltar à história da antigüidade. Nossa maior preocupação é com o que está acontecendo em nossas próprias gerações. Isso pode ser bem entendido se nos delimitarmos aos séculos XIX e XX.

Objetivos da Nova Ordem Mundial

Para começarmos a entender a Nova Ordem Mundial (NOM) você precisa esquecer o que lhe foi dito sobre as diferenças filosóficas entre os Republicanos e Democratas, esquerda e direita, socialistas e libertários, capital e trabalho, revolucionários e conservadores, brancos e negros, etc. Os planejadores da Nova Ordem Mundial sabem que devem usar, influenciar, e prover para que todos esses grupos alcancem os objetivos perseguidos, que são:

  1. Consolidar tudo;
  2. Comercializar tudo;
  3. Classificar tudo;
  4. Reivindicar tudo;
  5. Controlar tudo.

Se esses objetivos forem totalmente implementados, a liberdade de expressão, de personalidade, de metas e decisões pessoais, de responsabilidade individual, propriedade privada, empresa privada, moralidade, governos constitucionais, soberania nacional e liberdade religiosa não serão mais tolerados. Todas as pessoas, de todas as nações, estarão sujeitas ao sistema de gerenciamento da NOM. Para citar o matemático e filósofo francês Auguste Comte (1798-1856), um dos mais importantes planejadores do sistema mundial de gerenciamento:

"O objetivo mais importante desse Estado regenerado é a substituição dos Direitos por Deveres; subordinando assim as considerações pessoais pelas sociais. A palavra Direito deve ser excluída da linguagem política, assim como a palavra Causa da linguagem filosófica." (tradução nossa) [1]

"A única vida real é a vida coletiva da raça; a vida individual não tem existência, exceto como uma abstração." (tradução nossa) [2]

Ele também escreveu: "Quando o sistema estiver totalmente regulado, o efeito será assegurar uma maior unicidade, ao diminuir a influência do caráter pessoal." (tradução nossa) [3] Isso significa que para os planejadores do sistema mundial de gerenciamento da NOM, você, como indivíduo, é considerado sem caráter ou personalidade. Sua vida pessoal e seus objetivos individuais não são relevantes para eles, a não ser que esses objetivos estejam em conformidade com as metas sociais, econômicas e religiosas da Nova Ordem Mundial.

As Escolas Públicas e a Nova Ordem Mundial

Para demonstrar como os objetivos sociológicos, econômicos e religiosos da NOM estão sendo implementados, podemos olhar primeiro para as Escolas Públicas. A maioria dos estudantes e seus pais pensam que o propósito da escola pública seja o de ensinar informações essenciais e relevantes, além de habilidades vocacionais e recreativas, comportamento responsável e cortês e a apreciação pela nossa história nacional e pela Constituição. Após sua educação formal ter terminado, seus pais esperam que você responda por si mesmo moral e materialmente e cuide do seu próprio bem-estar social, além do cuidado moral, material e social dos filhos que você venha a ter, até que eles mesmos possam reivindicar essa mesma emancipação para si mesmos.

Por um momento, as metas daqueles que planejavam o currículo escolar nos municípios pareciam se identificar com os desejos da família e com as necessidades dos estudantes. Agora, no entanto, aqueles sociólogos que têm o poder de afetar as políticas nas escolas públicas não se preocupam com o que você precisa, ou com o que seus pais querem para você, ou com o respeito e apoio à Constituição do país. Os principais objetivos deles são CONSOLIDAR políticas, COMERCIALIZAR a instrução, CLASSIFICAR os indivíduos, REIVINDICAR jurisdição, estabelecer o CONTROLE e treinar você para se encaixar obedientemente no sistema deles de gestão mundial, sem hesitação ou protesto. Em 1928, o sociólogo Ross L. Finney escreveu:

"Um Novo Mundo está emergindo em que as estruturas sociais terão um formato diferente, os recursos sociais terão um calibre e uma abrangência diferentes de quaisquer outros registrados na história. É um Novo Pacto - de fato, um jogo diferente com novas cartas; e nós, que estamos vivos, somos privilegiados para testemunhar seu nascimento, por mais que muitos possam estar cegos para suas implicações a nós mesmos e à nossa prosperidade. E, para uma Nova Era, uma Nova Escola! (tradução nossa) [4]

O Conselho Nacional Para os Estudos Sociais

Uma organização chamada Conselho Nacional Para os Estudos Sociais (NCSS, de Nacional Council for the Social Studies), que surgiu a partir da Associação Nacional da Educação (NEA, de National Education Association) e promotora da Nova ordem Mundial, REIVINDICOU o poder de determinar o que você deve ou não aprender em geografia, história, governo, economia, psicologia, religião, política internacional, etc. Essas matérias foram CONSOLIDADAS muitas décadas atrás por sociólogos para que elas pudessem ser apresentadas conjuntamente sob uma agenda chamada Estudos Sociais. Esses líderes da NCSS agora decidem o que deve ser ensinado, como deve ser ensinado e como será decidida a sua aprovação.

Além do Conselho Nacional dos Estudos Sociais, os diversos Estados têm conselhos estaduais para estudos sociais. Por meio dos esforços dos conselhos estaduais - geralmente com a ajuda da Comissão de Educação dos Estados - projetos de lei são apresentados para definirem o padrão curricular da NCSS como exigência legal. Depois que essas definições são aprovadas em seu Estado, sua junta de educação local, os professores locais e seus pais terão pouco poder de opinar sobre o que deve ser aprendido nessas matérias. Se você, sua escola ou sua comunidade têm padrões diferentes e não se conformarem ao padrão requerido pela NCSS para a Nova Ordem Mundial, suas escolas poderão ser fechadas ou sua comunidade punida com a retenção de verbas federais, estaduais, ou das fundações privadas.

Agrupando as Pessoas Para Poder Controlá-las

É interessante investigar como essa conquista foi implementada. Como tudo que está ligado à nova Ordem Mundial, o CONTROLE é obtido por meio dos grupos de influência, mais particularmente dos líderes. A razão é que as pessoas que estão envolvidas emocionalmente com os grupos submetem-se à liderança. Elas também tendem a sentir uma fidelidade de CLASSE. Por exemplo, quando as autoridades eleitas se CONSOLIDAM em grupos para se encontrarem com autoridades de outras áreas, elas freqüentemente se deixam levar pela oratória e pelo espírito de camaradagem. No entanto, elas podem não entender completamente as implicações das idéias que são promovidas por oradores cuidadosamente selecionados e promovidas pelos facilitadores; as autoridades são manipuladas para sentirem-se na obrigação de apoiar o que o grupo apóia. Ao entregar sua lealdade a esses grupos secundários, as autoridades eleitas freqüentemente traem o principal juramento de lealdade para com você e os cidadãos dos estados, cidades e países a quem supostamente deveriam servir. O CONTROLE das autoridades do governo, educadores, congressistas, legisladores, homens de negócios, vereadores, juntas escolares, etc., por meio das organizações é parte do plano da NOM para a substituição da Constituição por tal sistema.

Por meio da CONSOLIDAÇÃO de organizações "cortinas de fumaça" nacionais ou internacionais, uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas podem tomar decisões e definir metas para centenas de milhares, até mesmo para milhões de pessoas. Eles podem definir os objetivos para você caso você não reclame. Lembre-se sempre que quem define os objetivos, ou apresenta a você aquilo que eles chamam de visão, missão, ou propósito, CONTROLA o seu comportamento. É melhor que você entenda completamente todos esses compromissos que lhe são propostos.

Definindo Metas e a Gerência Política

Definir os objetivos e propor visões e missões para grupos de pessoas é uma das preocupações favoritas dos filósofos e gestores sociais da Nova Ordem Mundial. Na educação, a definição de metas e visões serve para CONSOLIDAR políticas para que o currículo da NOM e da NCSS possa ser estabelecido nas escolas de todo o país. Quando você ouvir alguém usar a frase: "Devemos..." ou variações disto, como: "Precisamos...", "É essencial que façamos...", etc. sem adicionar a sentença "se quisermos..." , existe uma grande chance de que essa pessoa esteja tentando convencê-lo a deixar a idéia de pesquisa e pensamento independentes para apoiar qualquer objetivo ou programa que ela estiver promovendo.

É uma pena que poucos de nossos congressistas, deputados estaduais e vereadores estejam alertas o suficiente para detectarem o gerenciamento comportamental e o CONTROLE que foram direcionados a eles. Muitos deles foram enganados, lisonjeados, coagidos, subornados ou chantageados a entregarem suas legítimas autoridades para os tomadores de decisões da Nova Ordem Mundial. Isso, também, foi algo planejado. Em 1906, o sociólogo Lester Ward explicou como a legislação da Nova Ordem Mundial poderia ser implantada.

"Não se deve supor que essa legislação possa ser conduzida de maneira extensiva nas sessões abertas dos corpos legislativos. Esses, sem dúvida, precisam ser preservados, e cada nova lei deve ser finalmente adotada pelo voto de tais corpos, mas cada vez mais se tornará meramente uma maneira formal de colocar a sanção final da sociedade nas decisões que foram cuidadosamente elaboradas naquilo que pode ser denominado de laboratório sociológico. (tradução nossa) [5]

Goals 2000 - Controle é o Objetivo

A maioria dos governadores dos Estados Unidos é membro do National Governors' Association. Eles têm encontros nacionais para CONSOLIDAR suas decisões políticas. Em 1990, uma política foi definida para promover a adoção de metas educacionais nacionais. A administração republicana de Bush endossou a idéia em 1989. As corporações multinacionais e a Câmara do Comércio dos Estados Unidos também apoiaram. Depois, em 1994, o Congresso (democratas e republicanos) aprovou e autorizou o financiamento para a legislação Goals 2000: Educate America Act.

Originalmente, os Estudos Sociais não estavam incluídos, mas a NCSS achou que eles deveriam ser anexados à agenda nacional. Os líderes do NCSS nomearam um grupo de trabalho para desenvolver padrões curriculares CONSOLIDADOS. Esses padrões foram posteriormente adotados na maioria dos Estados como parte do Goals 2000: Educate América Act. Oito objetivos foram escolhidos e publicados. Os oitos objetivos educacionais do Goals 2000 não eram a parte importante dessa operação. Qualquer meta que soasse boa, juntamente com a promessa de liberação de verbas, poderia ter incitado os governadores e legisladores estaduais a aprovarem a legislação de autorização em seus estados. As verdadeiras metas do Goals 2000 são CONSOLIDAR a liderança sobre todos os estados; receber a CONCESSÃO de jurisdição sobre o currículo para CONTROLAR o que você e outros estudantes devem aprender; e eventualmente COMERCIALIZAR e CONTROLAR todos os recursos educacionais por meio das escolas licenciadas (Charter Schools) e tíquetes culturais.

Não foi nenhuma surpresa ver que as oito metas publicadas não foram alcançadas até o ano 2000. Isso quer dizer que o estabelecimentos de metas CONSOLIDADAS e a implantação da visão serão interrompidos? Muito pelo contrário! Para aqueles que estabelecem as metas, isso apenas significa que o Goals 2000 deve ser renomeado para "Metas de Educação para a América" e deve ser estendido para além do ano 2000 sem a especificação de um prazo de cumprimento. Mesmo quando o fracasso é obvio e as promessas não são cumpridas, o CONTROLE, uma vez tomado, nunca mais é devolvido pelos promotores regionais da NOM e do governo da Organização das Nações Unidas.

Os Fracassos das Escolas Públicas

Nas décadas recentes, a educação pública tornou-se alvo de uma grande carga de críticas. Como as escolas e os currículos sofreram a interferência daqueles que promovem a NOM com seu sistema de gestão mundial, os estudantes não estavam aprendendo o que seus pais, seus potenciais empregadores e eles mesmos sabiam que deveriam aprender. Habilidades em leitura, em ciências naturais, inglês, matemática e línguas estrangeiras estavam tristemente faltando em muitas escolas do ensino médio e até mesmo em formandos universitários. Todos os tipos de desculpas foram usados como:

  • O problema está nos pais, que não se interessam pela escolarização dos filhos.
  • O problema está em você e nos outros alunos porque vocês não estudam o suficiente ou se interessam pelo aprendizado.
  • As escolas não estão utilizando o sistema de ensino correto. Precisamos experimentar novos sistemas.
  • O problema é a falta de investimentos na educação. Se as escolas recebessem mais dinheiro, produziriam melhores resultados.
  • O problema é a segregação, precisamos integrá-las.
  • As classes estão superlotadas, precisamos de mais professores.
  • As escolas públicas devem ter competições apoiadas pelo sistema de arrecadação de impostos. Precisamos de escolas especiais e de bolsas de estudos.

E assim tem sido por décadas.

Os Inimigos do Aprendizado

Poucos dos criadores de desculpas revelaram a possibilidade de você não estar sendo ensinado corretamente por que o sistema de gestão da NOM não quer que você saiba muito. Em seu livro A Sociological Philosophy of Education (Uma Filosofia Sociológica da Educação), publicado em 1928 pela McMillan Company, Ross L. Finney, professor assistente de Sociologia Educacional na Universidade de Minnesota, escreveu o seguinte sobre o que deve ou não ser oferecido aos alunos:

"... uma maior ênfase deve ser dada no currículo às novas ciências humanas e às belas artes, especialmente a primeira, e correspondentemente, menos tempo e energia devem ser gastos em matemática, na língua formal e nos idiomas estrangeiros... " (tradução nossa) [5]

"O que obviamente precisamos é de uma ciência da sociedade. Desde o tempo de Auguste Comte essa tem sido a aspiração da educação moderna. Em vez de cometer erros ao longo de uma crise até a próxima, a ciência deve dar à sociedade importância teleológica, e reduzir os fenômenos sociais para CONTROLÁ-LOS, como foi feito no mundo natural... [ênfase adicionada] (tradução nossa) [7]

"Para que a liderança dos inteligentes seja algum dia conseguida, a obediência dos estúpidos e ignorantes deve ser assegurada de alguma forma. A obediência, assim como a liderança, é o problema crucial da crise atual..." (tradução nossa) [8]

"Portanto, a segurança da democracia não deve ser buscada na independência intelectual das massas medíocres, mas em sua dependência intelectual. Não no que eles pensam, mas no que eles acham que pensam..." (tradução nossa) [9]

"O problema da democracia é qual subgrupo especializado deve funcionar como o córtex cerebral. Isso dependerá do sucesso de quem conseguir adestrar epigramas dentro das memórias das massas medíocres. Se os cientistas e os educadores deixarem de fazê-lo, então os enganadores egoístas e exploradores o farão. Mas pensar por si mesmas, essas massas medíocres nunca poderão." (tradução nossa) [10]

Aqueles de nós que não concordam com sociólogos como Ross L. Finney são CLASSIFICADOS como enganadores egoístas, exploradores, ou membros das massas medíocres. Os usurpadores da NOM não sentem nada por nós ou por nossa necessidade de aprendizado, a não ser desprezo. Muitos pais, professores, administradores, legisladores e governadores, etc., foram dominados pela agenda da NOM. Existe pouca chance de seu Estado e escola serem independentes do sistema gerencial da NOM. Por isso, é importante que você comece a reconhecer os inimigos do aprendizado até mesmo quando eles possuem educação superior, diplomas avançados, apoio das universidades, dos governos e das fundações e também toda a publicidade pré-planejada que precisam para impressionar aqueles que eles consideram enganadores egoístas, exploradores, ou massas medíocres.

A Declaração de Metas para as Escolas

Você deve entender que aqueles que pretendem tomar o CONTROLE de sua educação para limitar o acesso ao conhecimento não estão fazendo isso por que o amam ou o respeitam, mas sim por que querem REIVINDICAR e ter o CONTROLE sobre você. Quanto mais você souber sobre história, geografia, matemática, inglês, ciências, etc., mais poder terá para se defender contra a falsidade, o engano e a dominação.

Ao estabelecer metas, missões e visões, o NCSS encontrou uma forma de limitar o conhecimento em todas as matérias. Eu devo lembrá-lo que quem escolhe as metas para você controla seu comportamento. A declaração de meta para os estudos sociais que foi escolhida pelo Conselho Nacional de Estudos Sociais e adotada de forma similar e, algumas vezes, igual pelos estados é:

"... ajudar os jovens a desenvolverem habilidades de tomar decisões informadas e racionais para o bem-estar público, como cidadãos de uma sociedade culturalmente diversificada e democrática em um mundo interdependente." (tradução nossa)

Resolução de Problemas e Tomada de Decisões

Para a maioria das pessoas isso soa como algo bom, mas observe que é tudo sobre política e CONSOLIDAÇÂO mundial. Nada é mencionado sobre o que é bom para você, sobre dar-lhe o conhecimento para tomar decisões pessoais que sejam inteligentemente baseadas em fatos ou mesmo sobre ajudá-lo a se preparar para uma carreira de sua própria escolha. Nada também é mencionado sobre o que é bom para sua cidade, seu estado, ou para o seu país. Não - você é tratado como um membro dependente do mundo interdependente da Nova Ordem Mundial. Interdependência significa CONTROLE na sociologia da Nova Ordem Mundial e a perda do controle sobre seu próprio destino.

Metas curriculares, diretrizes e padrões para os estados e municípios são ordenados seguindo os moldes do NCSS e da Nova Ordem Mundial da ONU. Em todos os casos, o currículo está baseado na idéia de resolução racional de problemas e tomada de decisões e também no que a turma da Nova Ordem Mundial chama de interdependência. Você é compelido a tomar decisões relacionadas a problemas sociais pré-selecionados com base em informações limitadas disponíveis nas tarefas propostas em salas de aula.

Sendo assim, é importante conhecer outro fato que envolve o controle de comportamento. Aquele que define o problema para você controla seu pensamento. Seus pensamentos e seus esforços são direcionados a problemas que foram selecionados para você. Quando você expressa uma opinião sugestionada sobre algum problema social ou pessoal, está aceitando a agenda da Nova Ordem Mundial e reconhecendo uma obrigação de compartilhar seus pensamentos sobre tais problemas com seus colegas de classe. Você poderá então ser CLASSIFICADO, ou agrupado, de acordo com suas opiniões pessoais expressas publicamente.

Limitando o Conhecimento - Exigindo Opiniões

O tempo para aprender fatos e habilidades pode ser limitado quando é ocupado para ouvir ou debater as opiniões mal-informadas de outras pessoas. Além disso, um perigo especial está envolvido nesse tipo de educação para a tomada de decisões e solução de problemas. Você e seus colegas são encorajados a se juntarem em grupos e agirem de imediato com base nas opiniões e decisões que expressaram na sala de aula - nunca levando em consideração que suas opiniões e decisões podem mudar ao longo do processo de amadurecimento e depois de conhecer informações de outras fontes.

Se você expressar a opinião que gostaria de experimentar drogas e se envolver em relacionamentos sexuais, se disser que vai roubar ou se tornar violento, os professores são instruídos a não o advertirem sobre seu comportamento ou dizer que sua decisão é errada ou perigosa. Isso, dizem os planejadores curriculares, seria um julgamento de valores.

Não Existe Certo ou Errado, Apenas a Consciência Racional

Assume-se que nenhum dos problemas ou dilemas pessoais possam ser prevenidos ou resolvidos pelo autocontrole ou pelo comportamento moral. Como os planejadores curriculares justificam esse tipo de omissão? Seus professores são ensinados que qualquer comentário que diga respeito à moral é considerado uma crença não examinada baseada em autoridade. O Conselho Nacional de Estudos Sociais diz que a tomada de decisão deve ser o que é denominada por eles de racional, em vez de ser baseada na consciência de uma autoridade. Por exemplo, em Wisconsin os professores foram aconselhados assim:

"Uma criança geralmente entra na escola com o que R. J. Havighurst chama de consciência autoritária, adquirida de seus pais por meio de uma progressão de punições e recompensas. A criança logo aprende que não está equipada para todas as situações novas que enfrenta. Os amigos e professores se envolvem e muitas vezes suplantam os pais ao ajudá-la a encontrar soluções que são muitas vezes conflituosas com o que é oferecido pela educação dos pais. A tarefa dela, portanto, passa a ser mudar de uma consciência autoritária anterior para uma racional. Isso requer que ela aprenda um processo de decisão para sua própria satisfação dos conflitos que inevitavelmente aparecerão com qualquer mudança ou confrontação com uma visão de mundo opositora a faça questionar seus valores existentes." (tradução nossa) [11]

Decisões Baseadas na Consciência Não São Permitidas

Quando você é ensinado a duvidar de sua própria consciência em favor da tomada de decisão racional, muitos tipos de comportamentos destrutivos, ofensivos e imorais não mais serão questionáveis. Você aprenderá a encontrar razões para justificar qualquer tipo de comportamento que tenha algum apelo emocional. Por mais inacreditável que pareça, os professores no estado de Wisconsin foram advertidos a não exigir dos estudantes padrões tradicionais elevados:

"Tradicionalmente havia pouco questionamento sobre se as escolas deveriam promover valores como:

· Respeito à propriedade privada.

· Respeito aos adultos.

· Dizer por favor e obrigado nos momentos apropriados.

· Não usar linguagem grosseira ou gramaticalmente incorreta

· Ser limpo e arrumado.

· Não mentir ou colar."

"Agora, no entanto, em algumas situações isso é bastante controverso. Muitos processos e controvérsias comunitárias focalizaram-se no significado de "limpos", por exemplo. Inúmeras pesquisas atuais indicam que colar na escola, em vez de ser inaceitável, tornou-se a norma, e a maioria dos alunos não se sente culpado por isso. Os padrões de vulgaridade estão constantemente mudando e palavras que raramente ouviríamos anos atrás, estão agora sendo amplamente utilizadas. Embora muitos desaprovem esses desenvolvimentos, é muito necessário que os professores reconheçam que as mudanças estão acontecendo." (tradução nossa) [12]

Os Professores São Intimidados Pela NOM

Sabendo o que sabe sobre as metas da Nova Ordem Mundial, você poderá entender que a instrução acima para os professores pode ser encarada como uma ameaça velada, dizendo-lhes que é melhor não criticarem os comportamentos mencionados. Fazer isso pode torná-los vulneráveis a processos judiciais, ou talvez punição pelos seus superiores. Além disso, o Departamento de Instrução Pública de Wisconsin, seguindo as metas do NCSS, na realidade promoveu a idéia de que é aceitável para você e seus colegas de classe roubarem, serem, desrespeitosos, ingratos, vulgares, desleixados, "coladores" sujos, e mentirosos que não possuem consciência e, portanto, não têm nenhum sentimento de culpa por tal comportamento. A Nova Ordem Mundial da Organização das Nações Unidas não precisa de pessoas com caráter. Eles precisam apenas de pessoas que sejam maleáveis e manuseáveis.

Criando Problemas

A criação de problemas é outro aspecto inacreditável da educação da NOM. De Acordo com o NCSS, um dos maiores deveres dos professores é criar problemas emocionais para você:

"Qualquer tentativa que um professor faça de criar um problema sem provocar os alunos emocionalmente pode apenas resultar em um pseudoproblema. Quando os alunos ficam perturbados, contrariados, e até mesmo com raiva, estão mais próximos de terem um problema do que quando os professores fazem da preservação da objetividade a sua única preocupação. Um professor pode, algumas vezes, criar nos alunos um sentimento de que suas crenças, conceitos e valores são de alguma forma inadequados. Quando os alunos são desafiados a respeito de suas crenças, ficam mais inclinados a terem um problema autêntico em suas mãos... (tradução nossa) [13]

"Para o aluno se envolver na solução de problemas, ele deve estar confuso, incerto e ser desafiado sobre algo de sua experiência e ter o desejo de remover a dúvida por meio da investigação. Enquanto ele estiver certo sobre a verdade ou bondade de uma idéia ou ação em particular, ou enquanto permanecer despreocupado sobre o assunto, não estará envolvido na solução do problema. Assim, a tarefa inicial com a qual o professor se confronta é a de criar um estado de incerteza ou de dúvida na mente do aluno... o professor deve implantar o elemento da dúvida." (tradução nossa) [14]

"Estratégias Utilizadas Para Criar Problemas"

"Como a presença do elemento de dúvida ou desafio é uma condição necessária para a iniciação na atividade de solução de problemas, vamos considerar algumas estratégias que provavelmente provocarão essas reações...

"... O professor pode apresentar aos alunos um problema no contexto do conteúdo."

"... O professor pode incentivar os alunos a descobrir um problema no contexto do conteúdo."

"... O professor pode converter as crenças não examinadas dos alunos em problemas."

"... O professor pode apontar lacunas nos "padrões de crença" dos alunos, criando assim, problemas."

"... O professor pode apontar lacunas no conteúdo do curso, criando assim, problemas." (tradução nossa) [15]

Ensinar a resolução de problemas, tomada de decisões e interdependência pode parecer bom para muitos professores, membros da junta de educação, coordenadores curriculares locais, legisladores, pais e alunos. No entanto, se eles tivessem a oportunidade de ler o que está escrito acima, e o que os planejadores curriculares querem ao promover esse tipo de educação, todos aqueles que forem afetados podem ficar mais hesitantes antes de lhes dar sua sanção.

Mudando as Crenças

Lembre-se que os planejadores da NOM e seus gerenciadores querem o CONTROLE, mas sabem que não podem levá-lo a adotar seus planos se você estiver vigilante sobre suas intenções e se estiver firmemente convencido que fazer isso seria errado. É por isso, que muitos métodos foram arquitetados para impeli-lo a se questionar ou mudar sua cabeça sobre aquilo em que acredita.

Para que a Nova Ordem Mundial possa ter sucesso e alcançar suas metas, o judaísmo e o cristianismo estão entre as religiões que precisarão ser eliminadas. As pessoas que são guiadas pela Bíblia, pelos Dez Mandamentos e pelo que a Bíblia ensina sobre Deus não podem se tornar dependentes ou totalmente dedicadas às metas sociológicas do sistema gerenciador mundial. Elas não podem ser intimidadas a trocar sua moral e consciência por metas sociológicas. É por isso que o sistema não tolera a concorrência. Sua própria religião Positivista, ou a religião Humanista, deve prevalecer. O fundador da sociologia, Auguste Comte, escreveu:

"Falando do Positivismo como orgânico, queremos dizer que ele tem um propósito social; esse propósito é substituir a Teologia no direcionamento espiritual da humanidade." (tradução nossa) [15]

"A Sociologia substitui de uma vez por todas a Teologia como a base para um governo religioso para a humanidade." (tradução nossa) [17]

"O último passo nesse longo curso de treinamento é, agora, estabelecer uma verdadeira forma de subjetividade, substituindo a Teologia pela Sociologia." (tradução nossa) [18]

Em 1929, Ross L. Finney estava entre aqueles que trabalhavam em uma nova moralidade para a sociedade gerenciada. Ele escreveu:

"O novo regime não pode ser operado com as crenças do antigo... Com relação aos ideais pelos quais vivemos, eles também devem ser repensados, e erigidos em um sistema moral de educação eficaz e adequado." (tradução nossa) [19]

O Fim da Liberdade

A educação moral do sistema gerencial da NOM não tem nada que ver com a liberdade ou os princípios e ideais com base nos quais nossa nação foi fundada. O falecido B. F. Skinner, psicólogo da Universidade de Harvard, disse o seguinte:

"A hipótese que o homem NÃO É LIVRE é essencial para a aplicação de um método científico de estudo para o comportamento humano." [20] (tradução nossa)

Se você não quer ser uma pessoa sociologicamente controlada e um membro semi-ignorante da Nova Ordem Mundial da Organização das Nações Unidas, precisa reconhecer a importância do conhecimento e rejeitar as tentativas de manipulação emocional e limitação do conhecimento. O sistema de tomada de decisões e a solução de problemas da educação atual usa você, brinca com suas emoções e tenta aliená-lo daqueles de quem você mais deveria se aproximar. Isso cria animosidades entre você e seus colegas de classe; desperdiça um tempo valioso de aprendizado ao forçá-lo a formar opiniões e ouvir as opiniões desinformadas de seus colegas; além de desencorajar o comportamento inteligente e com base em princípios morais. Ele o faz ficar contra seu país e contra sua Constituição, a em favor do sistema gerencial da Nova Ordem Mundial.

O Que Você Pode Fazer?

Aprenda a reconhecer quando você está sendo usado ao invés de informado. Aprenda a reconhecer quando você está sendo enganado. Seja como um pesquisador e um como um repórter consciente. Não fique com medo de fazer perguntas investigativas quando tiver dúvidas sobre a filosofia que está por trás dos projetos, exercícios e jogos educacionais, especialmente se eles parecem totalmente inúteis ou destrutivos.

Se você quer ter alguma esperança em relação à dádiva da liberdade com a qual foi abençoado, precisa aprender e compartilhar a verdade. Se tem preocupações com a sua educação, compartilhe isso com seus pais. Poucos pais têm a mínima idéia do que acontece nas escolas. É responsabilidade deles descobrir, e a sua responsabilidade é a de ajudá-los.

Você não é uma cobaia de laboratório criada para servir à ambição dos cientistas sociais e dos gerenciadores do mundo. Não permita que sua educação seja limitada e corrompida, como se tudo o que você precisasse é ser treinado para obedecer ao sistema da inconstitucional Nova Ordem Mundial.

Lembre-se também que, se você realmente desejar, todo o conhecimento pode ser seu:

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e, o que busca encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." [Mateus 7:7,8]

Notas Finais

1. Auguste Comte, System of Positive Polity, Vol. 1, LENOX HILL Pub. &Dist. Co.(Burt Franklin), New York, 1973. Publicado pelo autor em julho de 1851; pg 289.

2. Ibidem; pg 292.

3. Ibidem, Vol. 2, Publicado pelo autor em maio de 1852; pg 237.

4. Ross L. Finney, Ph. D., Professor Assistente de Sociologia Educacional, Universidade de Minnesota; A Sociological Philosophy of Education; The Macmillan Company, Nova York, 1929, pg 110.

5. Lester F. Ward, Applied Sociology, Ginn & Company, 1906. pg 338.

6. Ibidem, pg 187.

7. Ibidem, pg 280.

8. Ibidem, pg 386.

9. Ibidem, pg 389.

10. Ibidem, pg 397.

11. Knowledge, Processes " Values in the New Social Studies, Wisconsin Dept. of Public Instruction, Bulletin No. 185, 1968-1970, pg 43.

12. Ibidem, pg 45.

13. Problem-Centered Social Studies Instruction; Curriculum Series, Number Fourteen; National Council for the Social Studies, 1971; pg 1.

14. Ibidem, pg 59.

15. Ibidem.

16. Auguste Comte; System of Positive Polity, Vol 1, pg 45.

17. Ibidem; Vol .1, pg 364.

18. Ibidem, pg 471.

19. Ross L. Finney, Ph. D., Professor Assistente de Sociologia Educacional, Universidade de Minnesota; A Sociological Philosophy of Education, The MacMillan Company, 1929. pg 112.

20. Skinner, B. F.; Science and Human Beha

UMA ECONOMIA CRIMINOSA FLORESCENTE

As reformas do «mercado livre» favorecem o desenvolvimento de actividades ilícitas, bem como a concomitante «internacionalização» de uma economia criminosa. Na América Latina e na Europa de Leste, as organizações criminosas têm vindo a investir na aquisição de bens do Estado ao abrigo dos programas de privatização apoiados pelo FMI-Banco Mundial. Segundo as Nações Unidas, a receita total a nível mundial das «organizações criminosas transnacionais» (OCT) é da ordem de um milhão de biliões de dólares, representando um montante equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) do grupo de países com baixo rendimento com uma população de cerca de 3 mil milhões de pessoas [11]. Esta estimativa das Nações Unidas abrange tráfico de narcóticos, vendas de armamento, contrabando de materiais nucleares, etc, assim como as receitas derivadas da economia de serviços controlados pela máfia (prostituição, jogo, câmbios ilícitos, etc). O que estes dados não transmitem adequadamente é a magnitude dos investimentos de rotina em negócios «legítimos» por parte de organizações criminosas, assim como o controlo significativo que estas exercem sobre os recursos produtivos em muitas áreas da economia legal.

Os grupos criminosos colaboram rotineiramente com empreendimentos legais através de investimentos numa série de actividades «legítimas», as quais não somente lhes proporcionam uma fachada para o branqueamento de dinheiro como também providenciam um processo adequado para a acumulação de riqueza fora do âmbito da economia criminosa. Segundo um observador, «os grupos de crime organizado têm um melhor desempenho do que a maioria das empresas do índice Fortune 500 [...] com organizações que se assemelham mais à General Motors do que à tradicional máfia siciliana» [12]. Segundo um depoimento prestado a um subcomité do Congresso dos Estados Unidos por Jim Moody, o director do FBI, as organizações criminosas na Rússia estão «a cooperar com outros grupos criminosos estrangeiros, incluindo os sediados em Itália e na Colômbia [...] a transição para o capitalismo [na ex-União Soviética] proporcionou novas oportunidades rapidamente exploradas pelas organizações criminosas» [13].

BANQUEIROS DE WALL STREET NOS BASTIDORES

Tem vindo a desenvolver-se um « consenso político »; por todo o mundo, os governos adoptaram inequivocamente objectivos de cariz neoliberal. As mesmas medidas económicas são aplicadas a nível mundial. Sob a jurisdição do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio, as reformas criam um «ambiente propício» para as actividades de bancos globais e empresas multinacionais. Não se trata, todavia, de um sistema de mercado «livre»: embora assente numa retórica neoliberal, o chamado « programa de ajustamento estrutural » apoiado pelo acordo de Bretton Woods constitui um novo enquadramento intervencionista.

No entanto, o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio constituem meros órgãos burocráticos. São organismos reguladores que operam sob uma capa intergovernamental e se encontram mandatados por poderosos interesses económicos e financeiros. Os banqueiros de Wall Street e os líderes do maior conglomerado de empresas estão por detrás destas instituições globais. Reúnem regularmente à porta fechada com o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio, bem como em inúmeros pontos de encontro internacionais. Nestas reuniões e sessões de consulta participam igualmente os representantes de poderosos grupos de pressão de empresas globais, tais como a Câmara Internacional de Comércio (CIC) (International Chamber of Commerce — ICC), o Diálogo de Negócios Transatlântico (DNT) (Trans Atlantic Business Dialogue — TABD) (que reúne nos seus encontros anuais os líderes do maior conglomerado de empresas do Ocidente com políticos e funcionários da Organização Mundial de Comércio), o Conselho de Comércio Internacional dos Estados Unidos (United States Council for International Business — USCIB), o Fórum Económico Mundial de Davos, o Instituto Internacional de Finanças (IIF) sediado em Washington e que representa os maiores bancos e instituições financeiras do mundo, etc. Outras organizações «semi-secretas» — que desempenham um papel importante na definição das instituições da Nova Ordem Mundial — incluem a Comissão Trilateral, o grupo Bildeberg e o Conselho para as Relações Estrangeiras.

A ECONOMIA DA MÃO-DE-OBRA BARATA

A globalização da pobreza está a processar-se durante um período de rápidos avanços tecnológicos e científicos. Enquanto estes últimos contribuem para o incremento substancial da capacidade potencial do sistema económico de produzir os bens e serviços necessários, os níveis acrescentados de produtividade não se traduzem numa correspondente redução dos níveis de pobreza global. No dealbar de um novo milénio, este declínio global do nível de vida das populações não resulta de uma escassez de recursos produtivos.

Pelo contrário, o downsizing , a reestruturação corporativa e a transferência da produção para locais de mão-de-obra barata no Terceiro Mundo têm vindo a conduzir ao aumento do desemprego e à redução dos salários dos trabalhadores urbanos e rurais. Esta nova ordem económica sustenta-se com a pobreza humana e com a mão-de-obra barata : os altos níveis de desemprego nacional, tanto em países desenvolvidos como em países em vias de desenvolvimento, contribuíram para fazer baixar os salários reais. O desemprego foi internacionalizado, com o capital migrando de um país para outro numa busca contínua de fontes de mão-de-obra mais barata. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o desemprego afecta mil milhões de pessoas a nível mundial, ou seja, cerca de um terço da força de trabalho global [14]. Os mercados de trabalho nacionais deixaram de ser segregados: os trabalhadores de diferentes países encontram-se em clara concorrência uns com os outros. Com a desregulação dos mercados de trabalho, os direitos dos trabalhadores são anulados.

O desemprego global funciona como uma alavanca reguladora dos custos laborais a nível mundial: a abundância de mão-de-obra barata no Terceiro Mundo e no ex-Bloco de Leste contribui para o abaixamento dos salários nos países desenvolvidos. Praticamente todas as categorias da força de trabalho (sem excluir os trabalhadores altamente qualificados, os profissionais liberais e os cientistas) são afectadas; ICROEFICIÊNCIA, MACROINSUFICIÊNCIA

As empresas globais minimizam os custos do trabalho a nível mundial. Os salários reais no Terceiro Mundo e na Europa de Leste chegam a ser setenta vezes inferiores aos dos EUA, da Europa Ocidental ou do Japão: as possibilidades de produção são praticamente inesgotáveis, dada a grande quantidade de trabalhadores pobres em todo o mundo.

Enquanto as teorias económicas vigentes acentuam a «distribuição eficaz» dos «escassos recursos» da sociedade, as duras realidades sociais põem em questão as consequências destes meios de distribuição. Assiste-se ao encerramento de fábricas, pequenas e médias empresas são empurradas para a falência, trabalhadores qualificados e funcionários públicos são despedidos e o capital humano e material é desperdiçado em nome da «eficiência». O impulso imparável para a utilização «eficaz» dos recursos da sociedade ao nível microeconómico conduz a uma situação diametralmente oposta ao nível macroeconómico. Quando existem grandes quantidades de capacidade industrial desaproveitada e milhões de trabalhadores desempregados, os recursos não estão a ser utilizados eficientemente. O capitalismo moderno parece totalmente incapaz de mobilizar estes recursos humanos e materiais desaproveitados.

ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA, DISTORÇÃO DA PRODUÇÃO

Esta reestruturação económica global promove a estagnação no fornecimento dos bens e serviços necessários e simultaneamente desvia os recursos existentes para investimentos lucrativos na economia dos bens de luxo. Ao mesmo tempo, com o esgotamento da criação de capital em actividades produtivas, o lucro é cada vez mais frequentemente procurado em transacções especulativas e fraudulentas, o que, por sua vez, contribui para a ocorrência de perturbações nos principais mercados financeiros mundiais.

Uma minoria social privilegiada tem vindo a acumular vastas fortunas à custa da grande maioria da população. O número de bilionários nos EUA subiu de 13 em 1982 para 149 em 1996 e ultrapassou os 300 em 2000. O «Clube Global de Bilionários» (com cerca de 450 sócios) é detentor de uma riqueza total que excede em muito a soma dos produtos internos brutos do grupo de países de baixo rendimento, com 59% da população mundial (ver quadro 1.1). [15] A riqueza pessoal da família Walton, do noroeste do Arkansas, proprietários da cadeia de lojas Wal-Mart (85 mil milhões de dólares) — a herdeira, Alice Walton, os seus irmãos Robson, John e Jim e a mãe, Helen — atinge mais do dobro do PIB do Bangladeche (33,4 mil milhões de dólares), com uma população de 127 milhões de pessoas e um rendimento anual per capita de 260 dólares [16].

A acrescentar a este quadro, o processo de acumulação de riqueza desenrola-se cada vez mais frequentemente à margem da economia real, divorciado de actividades produtivas e comerciais fidedignas. «O sucesso no mercado de acções de Wall Street [ou seja, das transacções especulativas] foi responsável pela maior parte dos bilionários no ano passado [1996].» [17]. Por sua vez, os milhares de milhões de dólares adquiridos através destas transacções especulativas são desviados para contas confidenciais em mais de 50 paraísos fiscais offshore em todo o mundo. Segundo uma estimativa do banco de investimentos americano Merrill Lynch, os depósitos individuais geridos através de bancos privados em paraísos fiscais offshore totalizam cerca de 3,3 mil biliões de dólares [18]. O FMI calcula que os bens offshore de empresas e de indivíduos atinjam os 5,5 mil biliões de dólares, um valor equivalente a 25% do rendimento total mundial [19] Nos anos 90, as fortunas das elites do Terceiro Mundo, depositadas em contas secretas e, em grande medida, obtidas por meios ilícitos, foram calculadas em cerca de 600 mil milhões de dólares, estando um terço desta quantia depositado na Suíça [20].

PRODUÇÃO EXCEDENTÁRIA: AUMENTO DA OFERTA, DIMINUIÇÃO DA PROCURA

O aumento da produção no sistema do capitalismo global resulta da «minimização do emprego» e da contracção dos salários dos trabalhadores. Este processo, por sua vez, afecta os níveis de procura por parte do consumidor de bens e serviços necessários: capacidade ilimitada de produção, capacidade limitada de consumo. Numa economia global de mão-de-obra barata, o processo de aumento da produção (através de downsizing , despedimentos colectivos e abaixamento de salários) contribui para reduzir a capacidade de consumo da sociedade.

Por conseguinte, a tendência é para a produção excedentária a uma escala jamais vista. Por outras palavras, a expansão corporativa neste sistema só pode verificar-se através da concomitante eliminação da capacidade produtiva inactiva, nomeadamente através da falência e da liquidação de «empresas excedentárias». Estas últimas são preteridas em favor da produção mecanizada mais avançada: a totalidade de certas áreas da indústria encontra-se inactiva, a economia de vastas regiões é afectada, e só está a ser utilizada uma parte do potencial agrícola mundial.

Esta oferta global excessiva de bens de consumo é uma consequência directa do declínio no poder de compra e do aumento dos níveis de pobreza. Este último resulta também da minimização dos custos de trabalho e do emprego a nível mundial sob o impacto das reformas do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio.

Por sua vez, o excesso de oferta contribui para acentuar o abaixamento das receitas dos produtores directos, através da desactivação da capacidade excedentária de produção. Contrariamente à «Lei de Say», arvorada pela corrente neoliberal, a oferta não cria a sua própria procura . Desde o início dos anos 80, o excesso de produção de bens de consumo, com a consequente queda dos preços (reais) destes bens, tem sido causa de grandes perturbações, especialmente entre os produtores primários do Terceiro Mundo, mas também na área da manufactura.

INTEGRAÇÃO GLOBAL, DESINTEGRAÇÃO LOCAL

Nos países em vias de desenvolvimento, a totalidade de algumas áreas da indústria fornecedora do mercado interno é empurrada para a falência, em cumprimento de ordens do Banco Mundial e do FMI. O sector urbano informal — que, tradicionalmente, desempenha um papel importante na criação de emprego — foi minado, em consequência da desvalorização de divisas, da liberalização das importações e da política de dumping . Na África subsariana, por exemplo, o sector informal da indústria do pronto-a-vestir foi completamente destruído e substituído pelo mercado de roupas em segunda mão (importadas do Ocidente a 80 dólares a tonelada) [21].

Contra este pano de fundo de estagnação económica (com taxas negativas de crescimento registadas na Europa de Leste, na ex-União Soviética e na África subsariana), as maiores empresas mundiais beneficiam de um crescimento sem precedentes e da expansão do seu quinhão do mercado global. No entanto, este processo desenrolou-se em grande medida através do afastamento dos sistemas produtivos preexistentes — ou seja, à custa dos produtores locais, regionais e nacionais. A expansão e o «lucro» das maiores empresas mundiais assentam numa contracção global do poder de compra e no empobrecimento de vastos sectores da população mundial. Por sua vez, as reformas do «mercado livre» contribuíram de forma brutal para a abertura de novas fronteiras económicas, simultaneamente garantindo o «lucro» através da imposição de salários baixíssimos e da desregulação do mercado de trabalho. Neste processo, a pobreza é um factor positivo da oferta . A gama de reformas do FMI--Banco Mundial-Organização Mundial de Comércio imposta ao nível mundial desempenha um papel decisivo na regulamentação dos custos do trabalho em nome do capital corporativo.

Trata-se da lei da sobrevivência do mais forte: as empresas com as tecnologias mais avançadas, ou as que podem impor salários mais baixos, sobrevivem numa economia mundial marcada pela produção excedentária. Embora o espírito do liberalismo anglo-saxónico se empenhe na «promoção da concorrência», na prática as medidas políticas macroeconómicas do G-7 (através de controlos fiscais e monetários apertados) têm promovido uma onda de fusões corporativas e de aquisições, assim como a falência de pequenas e médias empresas.

A DESTRUIÇÃO DA ECONOMIA LOCAL

Ao nível local, as pequenas e médias empresas são empurradas para a falência ou obrigadas a produzir para um distribuidor global. Por sua vez, as grandes multinacionais apoderaram-se dos mercados ao nível local através do sistema de franchising corporativo. Este processo permite ao grande capital corporativo (o franchiser ) obter o controlo dos recursos humanos, da mão-de-obra barata e da capacidade empresarial. Uma grande parte dos ganhos das pequenas empresas locais e/ou dos retalhistas é assim retida pela sociedade global, enquanto a maior parte dos custos do investimento cabe ao produtor independente (o franchisee ).

Observa-se um processo paralelo na Europa Ocidental. Com o tratado de Maastricht, o processo de reestruturação política na União Europeia tem cada vez mais em consideração interesses financeiros dominantes, à custa da unidade das sociedades europeias. Neste sistema, o poder estatal tem deliberadamente vindo a sancionar o desenvolvimento de monopólios privados: o grande capital destrói o pequeno capital em todas as formas de que este se reveste. Com a tendência para a formação de blocos económicos tanto na Europa como na América do Norte, assiste-se à eliminação do empresário ao nível regional ou local, a vida nas cidades sofre transformações e a propriedade privada a pequena escala desaparece completamente. O «comércio livre» e a integração económica proporcionam uma maior mobilidade às empresas globais enquanto, simultaneamente, impedem (através de barreiras institucionais e não tarifárias) o movimento do pequeno capital a nível local [22]. Embora aparente unidade política, a «integração económica» (sob o domínio da empresa global) promove com frequência facções e lutas sociais entre sociedades nacionais e no seio destas.

GUERRA E GLOBALIZAÇÃO

A imposição de reformas macroeconómicas e de transacções comerciais sob a supervisão do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio (OMC) destina-se a recolonizar certos países de forma «pacífica» através da manipulação deliberada das forças de mercado. Embora não requeira expli-citamente o uso de força, a aplicação brutal de reformas económicas constitui, no entanto, uma forma de guerra. Os perigos da guerra, a um nível mais geral, devem ser compreendidos. A guerra e a globalização não são questões estanques.

O que acontece aos países que se recusam a «abrir-se» aos bancos ocidentais e às empresas multinacionais em cumprimento das ordens da Organização Mundial de Comércio? Os serviços de informação das potências militares ocidentais e dos seus vários órgãos burocráticos têm contactos rotineiros com o poder financeiro instituído. O FMI, o Banco Mundial e a OMC — que policiam as reformas económicas ao nível de país — colaboram igualmente com a NATO nas suas várias missões de «manutenção de paz», já para não referir o financiamento de reconstrução «pós-conflito» sob os auspícios das instituições de Bretton Woods...

No dealbar do terceiro milénio, a guerra e o «mercado livre» andam de mãos dadas. A guerra não necessita da OMC ou de um tratado de investimento multilateral (ou seja, um MAI — Multilateral Investment Treaty) entrincheirado no direito internacional. A guerra é o «MAI» de último recurso . A guerra destrói fisicamente o que não foi desmantelado através da desregulação, da privatização e da imposição de reformas do «mercado livre». A total colonização através da guerra e a instalação de protectorados ocidentais equivalem à concessão de «tratamento nacional» aos bancos ocidentais e às empresas multina-cionais (como estipulado pela OMC) em todos os sectores de actividade. A «diplomacia dos mísseis» é uma réplica da «diplomacia dos canhões» utilizada para implementar o «comércio livre» no século xix. A Missão Cushing dos EUA à China em 1844 (na sequência das Guerras do Ópio) foi um aviso ao governo imperial chinês de que «a recusa em ceder às exigências americanas poderia considerar-se uma declaração de guerra» [23].

O DESARMAMENTO DA NOVA ORDEM MUNDIAL

A ideologia do mercado «livre» defende uma forma nova e brutal de intervencionismo do Estado, assente na interferência deliberada nas forças de mercado. Suprimindo os direitos dos cidadãos, o «comércio livre», sob a égide da Organização Mundial de Comércio (OMC) concede «direitos inalienáveis» aos maiores bancos do mundo e às empresas globais. O processo de implementação de acordos internacionais, conduzido pela Organização Mundial de Comércio ao nível nacional e internacional, passa invariavelmente ao lado do processo democrático. Por outras palavras, ao conceder poderes alargados ao poder financeiro instituído, os artigos da OMC ameaçam conduzir ao enfraquecimento de sociedades nacionais (ver capítulo 1).

A Nova Ordem Mundial baseia-se no «falso consenso» de Washington e de Wall Street, que impõe o «sistema de mercado livre» como a única opção possível na senda ditada pelo avanço da «prosperidade global». Todos os partidos políticos, sem exceptuar os Verdes, os Sociais-Democratas e os partidos ex-Comunistas, aceitam agora este consenso.

As ligações insidiosas existentes entre políticos e funcionários internacionais e poderosos interesses financeiros devem ser expostas. Para se alcançarem mudanças significativas, as instituições estatais e as organizações intergovernamentais têm de ser libertas das garras do poder financeiro instituído. É igualmente necessário democratizar o sistema económico e as suas estruturas de gestão e propriedade, pôr resolutamente em questão a concentração óbvia da propriedade e das fortunas privadas, desarmar os mercados financeiros, suspender os negócios especulativos, pôr fim ao branqueamento de dinheiro, desmantelar o sistema bancário offshore , redistribuir os rendimentos e a riqueza, restaurar os direitos dos produtores directos e reconstruir o sistema de segurança social do Estado.

No entanto, é necessário ter em conta que as estruturas militares e de segurança ocidentais caucionam e apoiam os interesses económicos e financeiros dominantes — ou seja, tanto a constituição como o exercício da força militar se destinam a impor o «comércio livre». O Pentágono é uma sucursal de Wall Street; a NATO coordena as suas operações militares com o Banco Mundial e as medidas de intervenção do FMI, e vice-versa. De forma consistente, os organismos de segurança e defesa da aliança militar ocidental, em colaboração com os vários governos e órgãos burocráticos intergovernamentais (tais como o FMI, o Banco Mundial e a OMC) partilham um entendimento comum, um consenso ideológico e igual empenho na Nova Ordem Mundial. Por outras palavras, a campanha internacional contra a «globalização» deve ser integrada numa coligação mais alargada de forças sociais empenhadas no desmantelamento do complexo militar-industrial, da NATO e das instituições da defesa, nas quais se incluem os serviços policiais, de informação e de segurança.

Os meios de comunicação globais fabricam as notícias e distorcem abertamente o curso dos acontecimentos mundiais. Esta «falsa consciência» que se infiltra na nossa sociedade impede o debate crítico e mascara a verdade. Em última análise, nega o acesso a um entendimento colectivo dos mecanismos de um sistema económico que está a destruir a vida das pessoas. A única promessa do «mercado livre» é um mundo de agricultores sem terra, fábricas fechadas, trabalhadores sem emprego e programas sociais destruídos, com o «amargo remédio económico» da OMC e do FMI a constituírem a única receita. Temos a obrigação de restaurar a verdade, denunciar os meios de comunicação de massas controlados pelas empresas, devolver a soberania aos nossos países e aos povos dos nossos países e desarmar e abolir o capitalismo global.

Esta luta deve ter uma ampla base democrática de sustentação que abranja todos os sectores da sociedade a todos os níveis, em todos os países, unindo num só ímpeto trabalhadores, agricultores, produtores independentes, pequenos negociantes, profissionais liberais, artistas, funcionários públicos, membros do clero, estudantes e intelectuais. Os elementos de sectores diversos devem unir-se, os grupos com uma causa específica devem dar-se as mãos num entendimento comum e colectivo do poder destrutivo e empobrecedor deste sistema económico. A globalização desta luta é fundamental e requer um grau de solidariedade e internacionalismo sem precedentes na História mundial. Este sistema económico global é alimentado pela divisão social entre países e no seio destes. A unidade de objectivos e a coordenação ao nível mundial entre os diversos grupos são cruciais. É necessário um ímpeto de grande magnitude que congregue os movimentos sociais nas principais partes do Mundo num objectivo comum e no empenhamento para a eliminação da pobreza e a obtenção de uma paz mundial duradoura.

é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano - e não do capital - de base associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços, de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida. Assim, nesta economia, o trabalho se transforma num meio de libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.

Índice

[esconder]

[editar] Origem

A economia solidária se origina na Primeira Revolução Industrial, como reação dos artesãos expulsos dos mercados pelo advento da máquina a vapor. Na passagem do século XVIII ao Século XIX, surgem na Grã-Bretanha as primeiras Uniões de Ofícios (Trade Unions) e as primeiras cooperativas. Com a fundacão da cooperativa de consumo dos Pioneiros Equitativos de Rochdale (1844) o cooperativismo de consumo se consolida em grandes empreendimentos e se espalha pela Europa primeiro e depois pelos demais continentes.

[editar] Conceito

A economia solidária é um modo específico de organização de atividades econômicas. Ela se caracteriza pela autogestão, ou seja, pela autonomia de cada unidade ou empreendimento e pela igualdade entre os seus membros. Nos primórdios do capitalismo, o modelo apresentado mostrava que o empregado era tido unicamente como propriedade do empregador, separado das forças produtivas que detinha ou utilizava. O conceito que pode ser empregado pela economia popular solidária é:

“o conjunto de empreendimentos produtivos de iniciativa coletiva, com certo grau de democracia interna e que remuneram o trabalho de forma privilegiada em relação ao capital, seja no campo ou na cidade. Tolerar ou mesmo estimular a formação de empreendimentos alternativos aos padrões capitalistas normalmente aceitos, tais como cooperativas autogeridas é, objetivamente falando, uma forma de reduzir o passivo corrente que se materializa em ondas de crescentes de desemprego e falências. (...) Tais empreendimentos encontram potencialmente no trabalho coletivo e na motivação dos trabalhadores que os compõem, uma importante fonte de competitividade reconhecida no capitalismo contemporâneo. Enquanto no fordismo a competitividade é obtida através das economias de escala e de uma crescente divisão e alienação do trabalho associadas a linhas produtivas rígidas – automatizadas ou não -, na nova base técnica que está se configurando, uma importante fonte de eficiência é a flexibilização.” (GAIGER: 2002, p.64)

Para Singer, a definição da economia solidária está ligada a relação entre o trabalhador e os meios de produção, sendo que:

“A empresa solidária nega a separação entre trabalho e posse dos meios de produção, que é reconhecidamente a base do capitalismo. (...) A empresa solidária é basicamente de trabalhadores, que apenas secundariamente são seus proprietários. Por isso, sua finalidade básica não é maximizar lucro mas a quantidade e a qualidade do trabalho” (SINGER: 2002, p.04)

A economia solidária, então, apresenta-se como uma reconciliação do trabalhador com seus meios de produção e fornece, de acordo com Gaiger (2003), uma experiência profissional fundamentada na eqüidade e na dignidade, na qual ocorre um enriquecimento do ponto de vista cognitivo e humano. Com as pessoas mais motivadas, a divisão dos benefícios definida por todos os associados e a solidariedade,

“o interesse dos trabalhadores em garantir o sucesso do empreendimento estimula maior empenho com o aprimoramento do processo produtivo, a eliminação de desperdícios e de tempos ociosos, a qualidade do produto ou dos serviços, além de inibir o absenteísmo e a negligência” (GAIGER: 2002, p.34).

Um dos conceitos, então, que está intrinsecamente ligado à realização de um empreendimento solidário é desenvolvimento local. Com a grande tendência de aumento do rendimento do trabalho associado, há a busca por promover o desenvolvimento local dos aspectos econômico e social, sendo que este define-se como o:

“processo que mobiliza pessoas e instituições buscando a transformação da economia e da sociedade locais, criando oportunidades de trabalho e renda, superando dificuldades para favorecer a melhoria das condições de vida da população local” (JESUS, in: CATTANI: 2003, p.72).

Segundo Gaiger (2002), quatro características econômicas fazem parte do modo de produção capitalista, essas são: produção de mercadorias com único objetivo de comercialização, separação dos trabalhadores dos meios de produção, transformação do trabalho em mercadoria por meio do empregado assalariado e existência do lucro e da acumulação de capital por parte do empregador que detém os meios de produção. Com tudo isso, principal elemento do modelo capitalista é ser desigual e combinado, onde parte dos trabalhadores é bem sucedida, o restante perde suas qualificações e muitos se tornam miseráveis (Singer, 2004). Isso se dá devido a uma crescente valorização da competição, que, ao contrário do senso comum, não é antagônica à cooperação. Ambas coexistem e o que caracteriza o modo de produção em que a sociedade se baseia é a predominância de uma ou outra. Quando a competição sobressai em relação à cooperação, a grande tendência é a exclusão daqueles que fracassam ou não estão aptos, enfraquecendo o ambiente sistemicamente. Em contrapartida, quando a cooperação preside as relações, cria-se um ambiente tolerante e igualitário, tornando possíveis processos de recuperação de economias abaladas (MYRDAL, in: ARROYO: 2008). A economia solidária, conforme Wautier (In: CATTANI: 2003, p.110), é orientada do ponto de vista sociológico e:

“acentua a noção de projeto, de desenvolvimento local e de pluralidade das formas de atividade econômica, visando à utilidade pública, sob forma de serviços diversos, destinados, principalmente, mas não exclusivamente, à população carente ou excluída”

Pode-se dizer também que é fundada em relações nas quais as práticas de solidariedade e reciprocidade não são utilizadas como meros dispositivos compensatórios, mas sim fatores determinantes na realidade da produção da vida material e social.

[editar] Conceito Solidário de Produção

Se o empreendimento solidário for de produção, o seu capital será constituído por cotas, distribuídas por igual entre todos membros, que desta forma, são sócios do empreendimento. O princípio geral da autogestão é que "todos os que trabalham são donos do empreendimento e todos os que são donos trabalham no empreendimento."

[editar] Exemplos de Empreendimentos Solidários Produtivos

São exemplos de empreendimentos solidários produtivos: associações ou cooperativas agropecuárias, industriais, de transporte, de educação escolar, de hotelaria, ecovilas entre outros.

[editar] Conceito Solidário de Consumo

Se o empreendimento solidário for de consumo, o seu capital será também constituído por cotas, distribuídas por igual entre todos membros, que assim se tornam sócios do empreendimento. Neste caso, o princípio geral da autogestão é que "todos os que consomem são donos do empreendimento e todos os que são donos consomem no empreendimento".

[editar] Exemplos de Empreendimentos Solidários de Consumo

Exemplos de empreendimentos solidários de consumo são: cooperativas de consumo, habitacionais, de crédito e mútuas de seguros gerais, de seguro de saúde, clubes de troca, etc.

[editar] Forma de Administração

A administração de um empreendimento é coletiva e democrática. Todas as decisões mais importantes são tomadas em assembléias de sócios, em que vigora o princípio "cada cabeça um voto". Se dirigentes são necessários eles são eleitos pelos sócios e podem ter seu mandato revogado por eles, no caso do desempenho do dirigente for considerado não-aceitável por uma maioria dos membros.

Dentre os instrumentos usados para facilitar a comercialização dos produtos da economia solidária, como alternativa ao escambo e com finalidades específicas, existe a moeda social.

[editar] Finalidade

A Economia Solidária possui uma finalidade multidimensional, isto é, envolve a dimensão social, econômica, política, ecológica e cultural. Isto porque, além da visão econômica de geração de trabalho e renda, as experiências de Economia Solidária se projetam no espaço público, no qual estão inseridas, tendo como perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável; vale ressaltar: a Economia Solidária não se confunde com o chamado "Terceiro Setor" que substitui o Estado nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores, enquanto sujeitos protagonistas de direitos. A Economia Solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores como sujeitos históricos.

[editar] Histórico Europeu

Com as revoluções de 1848, surgem na França cooperativas de produção a partir de empreendimentos capitalistas abandonados pelos donos. E, a partir de 1850, são criadas na Prússia as primeiras cooperativas de crédito urbanas (por Schulze-Delitsch) e rurais (por Raiffeisen).

Durante a segunda metade do século XIX e a maior parte do século XX, o cooperativismo se difunde e adquire considerável poderio econômico. As grandes cooperativas singulares e federadas (de 2ºgrau, 3ºgrau e superiores) se empenham na disputa dos mercados com grandes conglomerados capitalistas e acabam assimilando seus métodos de gestão. No caso das cooperativas de consumo,a administração passa a ser dominada por profissionais assalariados e os sócios ficam frequentemente reduzidos à condição de meros clientes.

Com a Terceira Revolução Industrial, a partir dos 1980s, a exclusão de grande número de trabalhadores do mercado se repete, o que enseja o surgimento de um novo cooperativismo, muito mais próximo de suas origens históricas. Novas formas institucionais de autogestão são inventadas e passam a ser conhecidas como "economia solidária".

[editar] A Economia Solidária no Brasil

O movimento de Economia Solidária tem crescido de maneira muito rápida, não apenas na Europa e no Brasil mas também em diversos outros países.

[editar] Desenvolvimento

O seu crescimento se deve a inúmeros fatores, dos quais vale destacar os seguintes:

  1. Resistência de trabalhadoras e trabalhadores à crescente exclusão, desemprego urbano e desocupação rural resultantes da expansão agressiva de uma globalização que torna mais e mais pessoas totalmente descartáveis para o funcionamento da máquina de produção e consumo. Tal resistência se manifesta primeiramente como luta pela sobrevivência, na conformação de um mercado informal crescente, onde brotam iniciativas de economia popular, tais como camelôs, flanelinhas, ambulantes, e tantos outros empreendimentos normalmente voltados à reprodução da vida e de caráter individual ou familiar. Com a articulação de diversos atores, esta resistência também se manifesta na forma de iniciativas associativas e solidárias voltadas também à reprodução da vida, mas que vão além disso, apontando para alternativas estruturais de organização da economia, baseada em valores como a ética, a eqüidade e a solidariedade e não mais no lucro e acúmulo indiscriminado: esta é a Economia Solidária, que vai se construindo e crescendo rapidamente.
  2. No Brasil, o crescimento da Economia Solidária enquanto movimento – ultrapassando a dimensão de iniciativas isoladas e fragmentadas no que diz respeito a sua inserção nas cadeias produtivas e nas articulações do seu entorno, cada vez mais se orientando rumo a uma articulação nacional, configuração de redes locais e uma plataforma comum –, dá um salto considerável a partir das várias edições do Fórum Social Mundial, espaço privilegiado onde diferentes atores, entidades, iniciativas e empreendimentos puderam construir uma integração que desembocou na demanda ao recém eleito presidente Lula pela criação de uma Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES). Simultaneamente à criação desta Secretaria, foi criado, na III Plenária Nacional de Economia Solidária, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), representando este movimento no país. Com estas duas instâncias, somadas ao processo de construção de um campo da Economia Solidária no interior da dinâmica do Fórum Social Mundial, podemos dizer que a Economia Solidária no Brasil passou por um crescimento e estruturação muito grandes;

[editar] Atores do movimento de Economia Solidária no Brasil

O Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) estrutura-se de forma a garantir a articulação entre três segmentos do movimento de Economia Solidária: empreendimentos solidários, entidades de assessoria e fomento, e gestores públicos. Existem diferentes autores na área de economia solidária, sendo que os dois principais são Paul Singer e Euclides Mance. Singer remete-nos um conceito de economia solidária que está relacionado principalmente como uma estratégia de luta contra as desigualdades sociais e o desemprego:

"A construção da economia solidária é uma destas outras estratégias. Ela aproveita a mudança nas relações de produção provocada pelo grande capital para lançar os alicerces de novas formas de organização da produção, à base de uma lógica oposta àquela que rege o mercado capitalista. Tudo leva a acreditar que a economia solidária permitirá, ao cabo de alguns anos, dar a muitos, que esperam em vão um novo emprego, a oportunidade de se reintegrar à produção por conta própria individual ou coletivamente...” (SINGER: 2000 p.138).

Já de acordo com Mance, o conceito vai além e agrega ao conceito a noção não apenas de geração de postos de trabalho, mas sim uma colaboração solidária:

"...ao considerarmos a colaboração solidária como um trabalho e consumo compartilhados cujo vínculo recíproco entre as pessoas advém, primeiramente, de um sentido moral de corresponsabilidade pelo bem-viver de todos e de cada um em particular, buscando ampliar-se o máximo possível o exercício concreto da liberdade pessoal e pública, introduzimos no cerne desta definição o exercício humano da liberdade..." (MANCE: 1999, p.178).

[editar] Empreendimentos Solidários

Denominamos de empreendimentos solidários as diversas formas concretas de manifestação da Economia Solidária, que são de uma riqueza e diversidade consideráveis. Os empreendimentos solidários são os principais protagonistas e público-alvo do FBES, compondo a maioria da representação em todas as instâncias decisórias do FBES.

[editar] Manifestações da Economia Solidária

Vale citar aqui algumas formas de manifestação da Economia Solidária, para se perceber a magnitude e heterogeneidade do segmento de empreendimentos solidários: cooperativas, associações populares e grupos informais (de produção, de serviços, de consumo, de comercialização e de crédito solidário, nos âmbitos rural urbano); empresas recuperadas de autogestão (antigas empresas capitalistas falidas recuperadas pelos/as trabalhadores/as); agricultores familiares; fundos solidários e rotativos de crédito (organizados sob diversas formas jurídicas e também informalmente); clubes e grupos de trocas solidárias (com ou sem o uso de moeda social, ou moeda comunitária); ecovilas; redes e articulações de comercialização e de cadeias produtivas solidárias; lojas de comércio justo; agências de turismo solidário; entre outras. Os empreendimentos solidários caracterizam-se por se basearem nos princípios e valores expressos na Carta de Princípios da Economia Solidária, dos quais se destacam o exercício da autogestão na sua organização interna e o fato de serem supra-familiares com caráter de atividade econômica.

[editar] Entidades de Assessoria e Fomento

Nas entidades de assessoria e fomento, que normalmente se organizam na forma de associações sem fins lucrativos (ONGs) ou universidades (incubadoras tecnológicas e grupos de extensão) e prestam serviços de apoio e fomento aos empreendimentos solidários, seja na forma de ações de formação (tanto técnica quanto econômica e política), seja na forma de apoio direto (em estrutura, assessoria, consultoria, elaboração de projetos e/ou oferecimento de crédito) para a incubação e promoção de empreendimentos.[editar] Gestores Públicos

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日本語Jovens e adultos serão preparados para o mundo do trabalharImprimir

23/12/2008 18:28:41

Instituições públicas de ensino superior e instituições federais de educação profissional e tecnológica com ensino superior vão, a partir de 2009, desenvolver ações de educação de jovens e adultos com ênfase na economia solidária.

Segundo o diretor de Políticas de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Jorge Telles, essa iniciativa é a primeira do MEC na educação de jovens e adultos voltada para a economia solidária. “É um passo adiante na implementação de uma educação do futuro. Queremos preparar os jovens e adultos de hoje para o mundo do trabalho de amanhã. É uma maneira de equalizar as oportunidades, oferecendo a esse público condições de gerenciar o potencial produtivo e a visão de empreendedorismo”, disse.

Para solicitar apoio financeiro ao Ministério da Educação, as instituições devem elaborar projetos que contemplem três linhas de ação: produção de material didático, formação de educadores, coordenadores e gestores e publicação das experiências de educação de jovens e adultos.

Os critérios para apresentação dos projetos foram definidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio da Resolução nº 51, de 15/12/08. As linhas de ação deverão estar em conformidade com os objetivos e as orientações expressas no manual Produção de Materiais e Formação de EJA e Economia Solidária. O prazo para o encaminhamento das propostas ainda não foi definido. Haverá chamada pública para a seleção de projetos.

Assessoria de Comunicação Social

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| 2008 |